Consumo de energia reduz quase 9% durante mês de março. Com a chegada da pandemia do Coronavírus no Brasil, a rotina de trabalho do país mudou, muitas empresas tiveram que suspender suas atividades presenciais ou então adotar o regime de home office para preservar a saúde de colaboradores e familiares.
Confira outros dados de mercado abaixo:
Sumário
- Destaques do Mês
- PLD (Preço no Mercado de Curto Prazo)
- Energia Natural Afluente (ENA)
- Energia Armazenada
- Geração Mensal de Energia
- Indicadores Econômicos
Destaques do Mês
- ONS verifica redução da carga média no mês de março
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) verificou uma redução da carga média de energia a partir do dia 19 de março no Sistema Interligado Nacional (SIN). A pandemia do Coronavírus mudou a rotina de trabalho no país, afetando, consequentemente, o consumo de energia elétrica.
Dados do ONS mostram que a queda no consumo chegou a quase 9% no dia 22 de março, quando comparado com o domingo anterior.
Abaixo, a redução da carga na penúltima semana de março, sempre comparada ao mesmo dia da semana anterior:
19/03 – Redução de 2,3% ou 1.717 MWmed a menos do que no dia 12/03
20/03 – Redução de 6,0% ou 4.450 MWmed a menos do que no dia 13/03
21/03 – Redução de 8,6% ou 5.869 MWmed a menos do que no dia 14/03
22/03 – Redução de 8,9% ou 5.509 MWmed a menos do que no dia 15/03
Já a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), verificou na segunda-feira (23) uma redução de 18,6% na carga média do país no horário das 9h00, período que geralmente cresce a demanda por energia, quando comparada ao mesmo horário da segunda-feira (16).
A queda na carga de energia propiciou também a redução na geração das hidrelétricas nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Esse fato contribuiu para a recuperação do nível de armazenamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste e para a manutenção dos níveis dos reservatórios do Sul.
- Reservatórios do Norte iniciam quarta semana de março com 69,9% da capacidade
Os reservatórios do submercado Norte iniciaram a quarta semana do mês de março com crescimento de 0,9% em seus níveis em relação ao dia anterior, subindo para 69,9%, informou o ONS, a partir de dados da operação do sistema do dia 22 de março. A energia contida afere 10.596 MW e a armazenável está em 80% da Média de Longo Termo (MLT).
No Nordeste do país a vazão saltou 1%, chegando a 73,8% da capacidade. A energia da MLT aparece com 95% e a armazenada aponta 38.107 MW mês. No submercado Sudeste/Centro-Oeste o volume útil apresentou aumento de 0,5%, com o submercado atingindo 48,7%. A energia contida indica 98.613 MW mês e a afluente aparece com 97% da MLT.
Já no submercado Sul a capacidade de armazenamento não sofreu alteração, permanecendo em 18%. A energia afluente admite 25% da MLT, enquanto a armazenada indica 3.574 MW.
- Aneel abre discussão sobre exclusão do ICMS do cálculo do PIS/Cofins
No dia 17 de março, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu consulta em relação ao tratamento regulatório a ser dado a decisões judiciais sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins nas contas de energia elétrica dos consumidores. A Aneel defende que a mudança beneficie diretamente os consumidores com relação às cobranças futuras do imposto, seja no que se refere à devolução dos passivos.
A consulta deve-se ao fato de diversas concessionárias de distribuição terem obtido decisões judiciais, transitadas em julgado, com a tese de que o ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, gerando créditos tributários. Com a nova interpretação dada pela Justiça nas ações já decididas, cabe à Aneel regulamentar como se dará a mudança nas contas futuras, a devolução dos créditos e o repasse de ambos aos consumidores de energia elétrica.
- Aneel aprova nova metodologia para cálculo do Fator X associado à produtividade
A Aneel aprovou no dia 17 de março a revisão metodológica do Fator X associado à produtividade (componente Pd), a ser aplicado às distribuidoras de energia elétrica a partir de 2020, bem como as novas versões dos Submódulos 2.5 e 2.5A dos Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET).
O objetivo da nova metodologia é refletir o histórico recente dos ganhos de produtividade do seguimento de distribuição de energia elétrica e as variações conjunturais do mercado, nos reajustes tarifários anuais, a depender do contrato de concessão em análise.
Estima-se que, com a proposta aprovada, haverá decréscimo de 0,1% nas tarifas dos consumidores, o que representa cerca de R$ 253 milhões ao ano.
PLD (Preço no Mercado de Curto Prazo)
Da segunda para a terceira semana de março observou-se uma pequena redução no PLD para todos os subsistemas do SIN.

Fonte: CCEE
O PLD valora a energia comercializada no mercado de curto prazo, sendo determinado semanalmente para cada patamar de carga e submercado, baseado no Custo Marginal de Operação (CMO), limitado aos valores máximos e mínimos definidos pela Aneel.
No gráfico abaixo são apresentadas as séries históricas do PLD e do CMO nos últimos 18 meses. De forma geral, observa-se que as duas séries históricas apresentam o mesmo perfil, exceto para os meses em que o CMO é mais elevado do que o PLD máximo, sendo a diferença convertida em encargos. Em março deste ano, como o CMO no submercado Norte alcançou o valor de R$ 0,00/MWh, o PLD foi o valor piso de R$ 39,68/MWh. Para o submercado Sudeste/Centro-Oeste, o CMO e PLD fecharam a segunda semana do mês em R$ 87,91/MWh e R$ 88,46/MWh.

Fonte: CCEE e ONS
Energia Natural Afluente (ENA)
O custo de operação do sistema brasileiro leva em conta as previsões de vazão mensal ou Energia Natural Afluente (ENA), revisada semanalmente pelo ONS.
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A previsão de ENA realizada no mês de fevereiro se mantém com comportamento similar a previsão realizada no mês anterior, porém a expectativa mostra-se um pouco reduzida.

Fonte: CCEE
Energia Armazenada
Em relação à energia armazenada do SIN, no gráfico abaixo são apresentados os níveis de armazenamento dos anos de 2019 e 2020 e a previsão de armazenamento da CCEE. Além disso, são apresentados níveis mínimos e máximos de armazenamento e a média histórica do período de 2000 a 2019.
A previsão da CCEE para a energia armazenada no ano de 2020, representada pela linha vermelha, mostra-se acima dos valores concretizados no ano anterior (linha azul) durante todos os meses do ano, chegando a superar a média histórica nos meses de maio a outubro. Atualmente, os níveis de armazenamento estão em 42,8% de acordo com os dados disponibilizados pelo ONS.

Fonte: InfoPLD da CCEE
Geração Mensal de Energia
As principais fontes de energia no Brasil são hidrelétricas, seguida pelas termelétricas e eólicas. No gráfico abaixo estão apresentados os volumes de energia gerados na primeira quinzena de março de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Observa-se que a geração hidráulica apresentou crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, já a geração térmica teve queda de 20%. A fonte Eólica apresentou redução de 38,9% e a Fotovoltaica um aumento de 17,9%.

Fonte: Infomercado CCEE
Indicadores Econômicos
Nos gráficos abaixo observam-se as expectativas dos indicadores econômicos IPCA, IGP-M, Crescimento do PIB e Produção Industrial para 2020 e 2021, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central.
Para 2020, a expectativa da mediana do IPCA caiu de 3,20% para 3,04% entre a última semana de fevereiro de 2020 e a última semana de março de 2020. Para o ano de 2021, a expectativa é de 3,60%
Para março de 2020, a expectativa da mediana do IGP-M é de 4,12%, para 2021 a expectativa é de 4,00%.
A expectativa de crescimento do PIB apresentou queda em 2020, passando dos 2,20% de fevereiro para 1,48% na penúltima semana de março. Para 2021 se manteve em 2,50%
A expectativa de Produção Industrial para o ano vigente também apresentou redução, fechando em 1,00%, já para 2021 a expectativa se manteve em 2,50%.

Fonte: Boletim Focus do Banco Central do Brasil
As análises aqui apresentadas têm a finalidade única de informação e não devem ser tomadas como uma recomendação, oferta, aconselhamento ou solicitação de compra, ou venda de energia. A ENGIE não se responsabiliza pela utilização destas informações, nem tampouco pela sua exatidão, precisão ou completude. A decisão de compra ou venda de energia é de sua exclusiva responsabilidade e não deverá se basear no conteúdo deste Boletim InfoEnergia.