Segundo estimativas do Hydrogen Council, iniciativa que reúne CEOs de 92 empresas globais, com cerca de 80% da sua matriz energética renovável, o Brasil tem condições de se tornar protagonista na produção e exportação do chamado hidrogênio verde. De acordo com a instituição, esse é um mercado que deverá atingir globalmente US$ 2,5 trilhões em 2050, respondendo por cerca de 20% de toda a demanda de energia no mundo.
“A exemplo do que está acontecendo na Europa, é fundamental inserir o hidrogênio verde como componente estratégico na matriz de energia brasileira”, afirma Paulo Alvarenga, principal executivo para América do Sul da Thyssenkrupp, em reportagem no jornal Valor Econômico.
Gerente-geral da operação brasileira da Siemens Energy, André Clark afirma que a empresa já negocia no país com indústrias interessadas em ser pioneiras na utilização de hidrogênio verde. De acordo com o executivo, a empresa deve anunciar em breve os primeiros projetos-piloto. “Ainda é novidade, é uma tecnologia de ponta, mas acreditamos que o hidrogênio assumirá papel importante na transição energética sustentável e no acoplamento dos setores no país e, por isso, decidimos alocar nosso hub para atender a América Latina no Brasil”, diz Clark.
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Jonathan Colombo, gerente de relações institucionais para América Latina da Vestas, produtora global de turbinas de energia eólica, observa que o Brasil ainda precisa investir em infraestrutura de desenvolvimento e projetos em parceria com empresas interessadas na aquisição de hidrogênio verde. “O processo ainda é mais caro do que os dois outros tipos de hidrogênio, o cinza e o azul, mas os custos de produção estão caindo e atraindo a atenção de investidores”, pondera.
Hidrogênio é foco de pesquisas da ENGIE
No início do ano, a ENGIE e a Total formaram uma parceria para desenvolver, construir e operar o maior projeto de fabricação de hidrogênio verde da França. O projeto, anunciado em janeiro, ficará na região sul da Provença-Alpes-Costa Azul, dentro de uma biorrefinaria da Total. O equipamento de eletrólise de 40 MW deve produzir cinco toneladas de hidrogênio verde por dia. O combustível vai suprir o processo de produção de biocombustível da refinaria da Total. Assim, será possível evitar a emissão de 15 mil toneladas de CO2 por ano.
No ano passado, a ENGIE inaugurou este ano um centro de pesquisa na França dedicado a fontes com baixo carbono e que tem o hidrogênio como um dos focos de atenção.
No Brasil, o programa de P&D da ENGIE prevê um projeto de pesquisa com o hidrogênio natural como fonte de produção de energia limpa.