Após décadas sendo tratado como uma fonte de energia de grande potencial, o hidrogênio tornou-se um objetivo estratégico de governos e empresas em todo o mundo. A afirmação é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), na nota técnica “Bases para a Consolidação da Estratégia Brasileira do Hidrogênio“, lançada em fevereiro deste ano.
Para a EPE, a expectativa é de que o mercado de hidrogênio ganhará destaque a partir de políticas energéticas pós-pandemia para a retomada da economia e para acelerar a transição energética em diversos países.
“O hidrogênio já é relevante em termos econômicos atualmente. O mercado mundial em valor econômico, em 2019, correspondeu à monta US$ 118 bilhões a US$ 136 bilhões. Ademais, espera-se um crescimento significativo desse mercado já nos próximos anos, que poderá alcançar montantes de US$ 160 bilhões à quase US$ 200 bilhões”, destaca a nota.
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De acordo com a instituição, a força motriz deste crescimento é a visão de governos e empresas como necessário para viabilizar a descarbonização profunda da economia mundial, requerida para a consecução das metas do Acordo de Paris no horizonte 2050.
“Além dos mercados já tradicionais de fertilizantes, refino e outros usos (gases industriais e hospitalares), novos mercados para o hidrogênio poderão ser desenvolvidos nos segmentos de transporte, geração elétrica, armazenamento de energia e processos industriais, entre outros”, vislumbra a EPE.
Construção da estratégia brasileira de hidrogênio
A nota técnica, que foi elaborada com o objetivo de apresentar aspectos conceituais e fundamentais para a construção da estratégia brasileira de hidrogênio, aborda desde o panorama do mercado, as rotas tecnológicas e processos de geração, os custos e aspectos competitivos, os desafios para desenvolvimento do mercado de uso energético daquele gás, e o papel do hidrogênio na transição energética, dentre outros assuntos.
“O Brasil deve abraçar as oportunidades de desenvolvimento das diversas tecnologias de produção e uso desse gás, inclusive o hidrogênio “verde”, no qual pode ser bastante competitivo”, conclui a EPE. Uma alternativa de que se mostra “consistente e promissora para viabilizar uma trajetória de descarbonização profunda dos sistemas energéticos, acelerando a formação de mercados, evitando trancamentos tecnológicos e tirando proveito da diversidade de recursos energéticos do país”.